sexta-feira, 10 de maio de 2013

A foto que virou música

Ainda sobre o tema de abril, surgiu a história da foto feita pelo fotógrafo Paulo Pinto, natural de Santana do Livramento que trabalha em São Paulo. Uma história de alguém que tem poesia olhar. Deliciem com a história, a imagem e a melodia.



terça-feira, 7 de maio de 2013

Música & Literatura: tema de abril

No encontro de abril o tema foi música e literatura. A idéia era discutir sobre livros que viraram músicas ou vice versa, livros citados em músicas, etc. Dentre muitos comentários surgiu a música Vambora, de Adriana Calcanhoto em que ela cita duas obras (Na cinza das horas, de Manuel Bandeira e Dentro da noite veloz, de Ferreira Gullar). Abaixo o vídeo da música e também o vídeo com o poema do Gullar na voz de Egberto Gismonti.

Vambora, com Adriana Calcanhoto

Dentro da noite veloz, de Ferreira Gullar

domingo, 14 de abril de 2013

Desmundo

Tony Saad (Tony Saad)

São monstros que não assustam
e anjos que não protegem
tesouros que nada custam
e maestros que não regem.
São gênios que não aprendem
e Budas que não toleram
são putas que não se vendem
beatas que não veneram.
São penas que não redimem
senadores que não mentem
palavras que não exprimem
poetas que nada sentem.
São bispos que nunca rezam
escravos que não trabalham
são larápios que não lesam
idiotas que nunca falham.
São Cristos que não perdoam
Colombos que não navegam
palhaços que não caçoam
e adúlteros que não negam.
São mestres que não ensinam
demônios que nunca tentam
prazeres que não fascinam
vizinhos que não comentam.
São patrões que não exploram
Brasilias que não irritam
futuros que não demoram
amantes que não se excitam.
São sábios que não refletem
juízes que não decidem
campeões que não competem
e canhões que nunca agridem.
São impérios que não caem
atores que não se exibem
Dalilas que nunca traem
religiões que não proíbem.
São boêmios que não bebem
e apóstolos que não pregam
são mães que nunca concebem
e fortunas que não cegam.
São infernos que não queimam
covardes que não se entregam
crianças que nunca teimam
e ricos que não sonegam.
São luas que não inspiram
mendigos que não imploram
coronéis que não conspiram
carpideiras que não choram.
São algozes que não matam
namorados que não juram
são nós que nunca desatam
e milagres que não curam.
São ratos que não se escondem
rancores que não inflamam
São ecos que não respondem
Machiavellis que não tramam.
São falidos que não devem
balas que não municiam
vanguardas que não se atrevem
e ópios que não viciam.
São vidas que não tivemos
são mundos que nunca vimos
é irreal o que vemos
ou nós que não existimos?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

171, O livro


Já estão nos pontos de venda os exemplares da segunda edição do livro “171 - a lebre e o farolete”, sobre registros de casos de estelionato na última década na Região do Vale do Rio Pardo, além de detalhes de reportagens a respeito.

O livro com 10 anos de pesquisas e acervo pode ser encontrado na Tabacaria do Shopping, Tabacaria 44 (Max Shopping) e Livraria Iluminura, ao preço de R$ 45,00.

Outra possibilidade é pelo joser@mx2.unisc.br, que tem o desconto (R$ 36,00), além do telefone (51) 9947-7809.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Edição de final de ano do Encontros Sobre Livros e Leituras


A última edição do ano do Encontros Sobre Livros e Leituras será no dia 1º de dezembro, a partir das 15h, no mezanino do Café Samurai, na Rua Júlio de Castilhos, 184, centro de Santa Cruz do Sul.

José Renato Ribeiro
E será um encontro muito especial, por conta do pré-lançamento da obra 171 – a lebre e o farolete (Editora Multifoco, 2012), do escritor e jornalista carioca José Renato Ribeiro, hoje radicado em Santa Cruz do Sul. O autor estará presente e conversará com os participantes sobre o seu livro, que trata de casos de estelionato no Vale do Rio Pardo, a partir da sua experiência como repórter na área policial.

Criado em 2007, o Encontros Sobre Livros e Leituras funciona mensalmente, reunindo toda e qualquer pessoa que tenha interesse em leitura, em especial, literatura. Iniciativa de técnicos da Unisc, hoje congrega diversas pessoas, não só da comunidade universitária. Para participar, basta comparecer, sem inscrição ou aviso prévios. Normalmente, um tema para debate é definido, seguindo-se uma conversação livre.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mancha no diploma

por Eloir Guedes


Cultivamos no Brasil a crença geral de que proporcionar boa instrução regular aos nossos filhos os livrará dos trabalhos desqualificados que seus pais, a maioria analfabetos ou quase, tivemos que enfrentar.
Trabalhos duros com salários aviltantes que resultam em condições de vida precárias em quase todos os sentidos. Pode não ser verdade para muita gente: desde que venha ao mundo com pele clara e cabelos lisos. Melhor ainda se além destas "virtudes" o sobrenome denunciar origem européia ou anglosaxã.

domingo, 18 de novembro de 2012

Finados para agnósticos, ateus e crentes

por Iuri Azeredo

O livro “Religião para ateus” do Alain de Botton me abriu para novas considerações, enquanto me subsidiou para coisas que eu já pensava.
O feriado dos finados. Uma data que, aqui, tem um teor religioso e, mesmo, mórbido – ou ao menos de tristeza opressiva. Além disso, foca-se, para cada um, nas pessoas que conviveram mais diretamente conosco: os nossos parentes mortos, especialmente.
Sei que há lugares onde o que existe é um “Festa dos Mortos”, com quitutes e farto consumo de bebidas e até bailes. Ou seja, paradoxalmente, há um extravasamento da vida, da alegria, da mundanidade em homenagem aos mortos...


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Terra natal - um conto de Glauco Schneider

Os pássaros falam a outros pássaros. Mas o que os outros pássaros escutam? Que mensagens trocam? 
Desde criança meu interesse, minha paixão por eles só fez crescer, se intensificar. Meu pai, já falecido, era diretor do zoológico de abdala, no distrito de zafir. Às vezes escrevia versos, sem pretensão maior que revelar a si mesmo aspectos de si mesmo. Talvez eu tenha herdado dele esta atração. Ele ainda não tinha morrido, e tínhamos, juntos, montado, com tela fina e resistente, um apiário muito bom, com ramos semelhando os naturais para repouso dos corpos alados, entre um voo e outro, entre um entardecer e outro amanhecer.