domingo, 4 de novembro de 2012

O desafio do Glauco - Parte 1

Olá, pessoal! Bom, finalmente tirei um tempo para atualizar o blog. E como tem coisa para organizar... Principalmente nessa área das postagens. 
No encontro de agosto o novo integrante, Glauco Schneider, desafiou o grupo a escrever um pequeno texto de como iniciou sua relação com os livros e a escrita. O primeiro texto publicado abaixo é do nosso colega Marcelo Augusto Ferreira.


Gostaria muito de ser como aqueles que recordam facilmente dos fatos de sua infância. Entretanto, infelizmente, não faço parte deste grupo de sorte. É claro que não padeço de Alzheimer, bem o sabe quem me conhece. Mas algumas coisas emergem, vez por outra, dos porões da memória. Lembro, por exemplo, dos tempos em que tinha meus dez, doze anos, e retirava livros na antiga biblioteca do SESI, algumas quadras abaixo de minha casa. Também visualizo algumas aulas, no São Luís, em que contava aos colegas sobre os livros que havia lido, tarefa de aula de Língua Portuguesa. Ao contrário da maioria dos colegas, gostava muito disso, devo confessar. O quatrilho e O vampiro de Curitiba são dois títulos que tenho certeza que relatei. Este último, inclusive, foi bastante engraçado, pois continha situações de sexo e eu acaba recorrendo a uma série de metáforas engraçadas para me referir ao ato em si, e a turma caía na gargalhada. Até mesmo a professora, normalmente bastante séria, acabava por soluçar com certo constrangimento. Bom, acredito que a partir deste breve histórico pessoal, talvez se justifique minha presença no grupo Sobre Livros & Leituras. Penso que o ato de ler não precisa ser colado à ideia de isolamento, como muitos acreditam. As histórias que o livro nos conta, podemos contá-las oralmente, iremos, fatalmente, carregá-las em nossa imaginação. Este conteúdo pleno de significados, rico em situações, hipotéticas, fictícias, plausíveis, emocionantes, informativas, revoltantes; é uma caixa de ferramentas para nosso pensamento, um tônico cerebral, um amplificador de horizontes e possibilidades, um bálsamo às enfermidades mentais. Poderia ficar um dia inteiro citando os benefícios do universo da leitura, e mesmo assim não conseguiria atingir um ponto final. O universo literário é infinito, pois sua fonte é a criatividade humana, essa caixa de pandora que ultrapassa os limites da quantificação.

Apesar de eu não ser um leitor inveterado de literatura, como alguns dos amigos, até por questões de tempo, muitas vezes, ou por priorizar leituras mais técnicas, relacionadas ao meu trabalho, adoro participar e quero organizar melhor o meu tempo e me empenhar um pouco mais na prática salutar e fantástica da leitura. Sei que isso só depende de mim, mas a despeito de todos aqueles predicados que citei há pouco acerca do ato de ler, também devo reconhecer que ele requer um certo esforço. É preciso empenho para se manter sentado olhando para um papel, inerte; manter o foco, deixando passar ao largo os fugidios pensamentos que insistentemente batem à porta da consciência, disputando espaço com a atenção do leitor. E muitas vezes a preguiça me vence, devo admitir. Nessas horas, sinto até vergonha e invenjo positivamente meus pares que lêem com afinco e constância. Oxalá um dia eu cheuge lá! Vocês me servem de modelo e inspiração e o simples fato de partilhar de seu tempo, ouví-los falando de suas leituras, me faz sentir extremamente grato ao destino, por ter oportunizado pertencer ao mesmo espaço/tempo que o seu, mesmo que por alguns instantes mensalmente.
Termino por aqui meu parecer pessoal, dizendo: obrigado pela companhia, a vocês, amigos, e também àqueles que não têm vida biologica, mas fazem toda a diferença em nossas vidas: os livros. Eles que são "seres" de seus criadores, os escritores. Assim como este textinho aqui, que acabo de produzir e não existiria se não fosse a provocação bem-vinda do Glauco.



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